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Thursday, August 31, 2006

O Mundo como Vontade e Representação

Schopenhauer nos ensina que não vale a pena conversar com todo mundo. Exemplo: Se Fernando Henrique Cardoso sentasse ao meu lado em um avião e puxasse conversa falando do escravo-coisa, eu "concordaria" com um lacônico hum-hum e voltaria a ler minha revista pornô.

Da mesma forma, quando me disseram hoje que quem se especializa em história sem ser graduado em história -- Moses Finley, por exemplo -- fica pra sempre capenga, claro que eu emiti o meu hum-hum cardosiano sem dar papo para o neobobo. Os socráticos nos ensinam que a retórica é pra ganhar a audiência, não para convencer o adversário. Se não há audiencia vou gastar meu latim pra que?

Depois comecei a refletir a respeito. Porque será que dão tanto valor aos formalismos? Afinal, "se os homens soubessem como são feitas as salsichas e as leis não comeriam as primeiras e nem obedeceriam as últimas", e currículo é lei. É feito mais ou menos como se faz uma salsicha que não garante a excelência de quem a come. Às vezes vem até com tênias, especialmente quando quem deveria ensinar encara a profissão como uma forma de passar o tempo enquanto não se pode ir pra região dos lagos. E as tênias, todos sabemos, atacam as mentes.

Appia Claudia está coberta de razão quando defende a transformação dos currículos estanques tradicionais em uma espécie de 'do it yourself' interdisciplinar orientado. Além de todas as vantagens produtivas e méritos pedagógicos que ela enumera, acabo de me dar conta de mais uma: nesse sistema a gente pode se dar ao luxo de só aprender com quem quer ensinar. O que é mais ou menos o que eu já estou fazendo, precursor que sou como todo Fabius Pictor!

1 comment:

Igor Taam said...

Eu sou a favor de acabar com o MEC de uma vez. Mas isso incluiria acabar com o provão que você defendeu. (pode fazer hum-hum agora) :)