Será que as enquetes se empilham igual aos posts?

Você acha que eu devia voltar a escrever?

Monday, December 25, 2006

Parece que a Etiópia bombardeou o aeroporto da capital da Somália. Com bolinhas de gude.

Wednesday, December 13, 2006

Criptococose Mental no History Channel

Possivelmente (sic) o programa mais babaca da televisão brasileiras seja (sic) - além dos pronunciamento (sic) oficiais (sic) - o Arquivos Extraterrestres, do History Channel.

É de um mau-caratismo que chega a dar inveja em tablóide inglês. Outro dia mesmo vi um programa destes em que a imagem mostrava um monte de aves voando sobre a cidade do méxico. Claramente aves, qualquer augure o saberia, dava pra ver a maneira como elas voavam em formação, o movimento de bater das asas... Sobre esta exata imagem entra um locutor que pergunta "Como explicar tantos pontos sobre o céu da cidade do méxico? Trata-se evidentemente de um frota de naves espaciais(!). E o governo tenta encobrir estes fatos..."

FROTA? Só se for uma pática frota de páticos patos patadores da patagonia, isso sim.
duh.

PS: Parece que o próximo episídio mostrará o drama de mexicanos que tiveram chips implantados por cocôs misteriosos que caíam do céu...

Saturday, December 02, 2006

Gibbon não morreu!

E não é que o sarcasmo e a ironia não se perderam em Gibbon? Achei esta pérola entre os escritos de Pierre Vidal-Naquet:

Nada mais estranho, por exemplo, que ler as páginas de Montesquieu dos livros III, IV e V do Espírito das Leis sobre a virtude como princípio e prática da democracia antiga. Pois aí Atenas é pintada com as cores da Lacedemônia, as da frugalidade. Mais um pouco e teria direito à sopa grosseira de Esparta.

Pierre Vidal-Naquet é muito bom sacaneador. Leiam essa frase sobre os Atenienses:

"As lutas de classe que os agitavam eram lutas verdadeiras"

UUUUi. Essa foi cruel. Se eu tivesse uma bunda marxista ela estaria ainda doendo da alfinetada. Agora vejamos o que ele diz de Platão enquanto modelo para as sociedades totalitárias modernas:

"Tudo está lá, desde a história reescrita em função da ideologia até a instalação de campos de concentração, os 'lugares de reflexão' (Leis 908a), onde os que pensam mal e os que agem mal terão bastante tempo para meditar sobre a melhor das constituições"

Friday, December 01, 2006

don't see . don't hear . don't speak...

Em resposta a aeronáutica, que afirmou não haver áreas cegas na cobertura do radar, a TV exibiu um pretenso controlador de vôo dizendo que não só há areas cegas como também áreas surdas e áreas mudas. Independente de onde está a verdade, há que se admirar essa incrível capacidade humana, a da ironia!

Tuesday, November 28, 2006

FODAM-SE OS POMBOS!!!!

Um pombo acabou de cagar na minha cabeça. Literalmente. As doenças que eu estou sujeito a desenvolver por causa disto são: salmonelose, criptococose (que tem afinidade pelo sistema nervoso central), histoplasmose, ornitose, toxoplasmose e pistacose, esta última estritamente relacionada a essas merdas de aves.

É claro que esses pequenos demônios, essas merdas de ratos alados que simbolizam a porra da paz deveriam morrer todos! Pelo menos todos os que estão no Brasil, de onde eles não são originários. Eles servem para propagar doenças e para cagalhofar os ninhos das aves naturais da nossa fauna, matando-as. Portanto, antes de alimentar um pombo, pense melhor e se mate.

historiografia vs ideologia?

Para o historiador, há que se tomar cuidado com a escolha dos termos quando se fala das transgressões conjugais contra a mulher. Senão fica parecendo que o que se evoca é a intervenção de um poder superior, temporal ou divino, para reparar as injustiças do marido, ao passo em que a mulher, essa eterna incapaz, continua não-emancipada e dependendo de salvação.

Friday, November 24, 2006

A quem interessar possa

Revelei aquele filme que tem um monte de fotos absolutamente idênticas...
A distribuição das cópias começará na segunda feira!

Sunday, November 19, 2006

Delete-se Cartago

O Pasquale Cipro Neto explicou na coluna dele no Globo hoje que 'to delete' e 'indelével', têm a mesma origem, delere, verbo que ficou imortalizado na expressão 'delenda cartago', de Catão, o Chato.

Logo, deletar não seria um anglicismo e sim um resgate das nossas raizes latinas. Ergo deleto, tu deletas, ora pois. E depois, que ameaça a língua é essa que não afeta a estrutura? Se nós falássemos 'eu delete, tu delete, ele deletes, nós delete' isso sim indicaria uma anglicisação da língua. Mas deletar mostra que nós pegamos um radical latino, deletus e apropriamo-nos dele, transformando-o criativa e pragmaticamente: deleto, deletas, deleta, deletamos.

Apropriar-se de e romanizar as coisas aliás, é uma característica extremamente romana. Nossos antepassados devem estar orgulhosos.

Wednesday, November 15, 2006

Abaixo a Patrulha!

Vocês já pararam pra pensar que preconceito não é crime? É sério! Eu já tô de saco cheio de ouvir que tudo é preconceito. Tem até campanha na TV dizendo "abaixo o preconceito", como se o preconceito não fosse algo inerente a seres pensantes. É óbvio que seres pensantes a qualquer tempo, de qualquer época, irão comparar as coisas novas com as suas experiências prévias. Se um homem que já ouviu falar de ataques de leões assustar-se com um tigre, não é isso um preconceito?

Preconceito não é crime. Discriminação é. Discriminação é ação, preconceito é idéia, e patrulhamento de idéias não combina com liberdade de expressão. Se a idéia não for boa, azar de quem a tem. Se a idéia levar ao crime, cadeia. Nenhum trotskysta deve ser preso por apenas pensar em controlar o pensamento alheio, assim como ninguém deve ser preso por apenas pensar em matar trotskistas.

Tuesday, November 14, 2006

A gente sabe que está ficando doido (e velho) quando...

... uma classicista escreve no seu perfil do orkut "Tempus Frangit, tempus fugit", e a gente pensa "et Bamerindus peculium in bonus restatus est".

Monday, November 13, 2006

O Pesadelo do Historiador

Tô vendo um rapaz no Jô soares, que ao receber um baú com 5000 cartas da família, que era de senhores de engenho do nordeste, ao invés de conservar ou doar para um museu ou fundação começou a pintar coisas em cima das cartas.

E a TV ainda mostra isso como se fosse uma coisa boa... Um bando de cartas centenárias com pinceladas de tinta colorida por cima penduradas na parede. Eu só consigo pensar "assassino de documentos, assassino de documentos".

argh.
Eu tenho uma idéia que há de agradar os comunistas de plantão: soube hoje pela TV que a Venezuela irá construir uma refinaria em Pernambuco. Boa. Quando ficar pronta a gente pode nacionalizá-la na cara dura, não seria fantástico?

O que? Ouço vozes questionando "e os contratos"? Mas era isso que eu questionava na questão Bolívia...

Friday, November 10, 2006

Loucademia, louca loucademia.

Em dezembro entrego artigo para publicação em anal. Larry Flynt não faria melhor!

Monday, November 06, 2006

A vingança dos provedores paraestatais

Vocês lembram dos provedores de internet? Aqueles que não serviam pra nada mas todo mundo era obrigado a pagar? Com o avanço da banda larga é cada vez maior o número de usuários que não usam provedores, já que não é nem nunca foi o "provedor" que lhe provê a interconexão com o mundo, mas sim as grandes empresas de telecomunicações, estatais ou não. O "provedor" é tão somente um parasita, que recebe para conectar você a uma destas grandes empresas, e no momento em que muitas destas empresas oferecem a interconexão diretamente, sem o parasita-provedor, a existência destes fica em cheque.

Agora o jornal da globo noticia que o congresso está analisando uma lei para forçar todo mundo a se cadastrar em um provedor, em nome da segurança. Mas eu pergunto, a empresa que me oferece internet de banda larga já não possui meu cadastro? As contas não vêm para minha casa? A verdade é que a obrigatoriedade do cadastro no provedor só tem uma função: salvar os provedores da falência, porque deve ter muito amigo de deputado operando essas microempresas que não fazem nada, não servem para nada, não produzem nada. Assim fica garantida a sobrevivência destas mamíferas paraestatais. Teremos que pagar pelo acesso a internet, e teremos que pagar adicionalmente pelo cadastro no provedor - e algo me diz que não será pouco.

em tempo: quintus fabius pictor não tem provedor de acesso à internet.

Friday, November 03, 2006

Estamos falando de que sociedade mesmo?

"The subjects to which I'd ask each of my readers to devote his attention to are these - life and morals of the community (...) Then, as the standard of morality gradually lowers, let him follow the decay of the national character, observing how at first it slowly sinks, then slips downward more and more rapidly, and finally begins to plunge into headlong ruin, until he reaches these days in which we can bear neither our diseases nor their remedies" (Titus Livius, circa 17 ad)

Monday, October 30, 2006

DEU A LOUCA NO BRASIL!!

Lembram do Moreira Franco, que disse que ia 'acabar com a violência em seis meses'? Parece que o ignacius molluscus reeditou a piada, dizendo que o Brasil deixaria de ser um país em desenvolvimento em quatro anos. Só se for para integrar o time dos completa e definitivamente subdesenvolvidos, porque eu não consigo imaginar que tenhamos sequer uma malha viária comparável à do Império Romano. Euclides da Cunha já se queixava que as estradas do Imperador Augusto eram muito, muito melhores que as de Dom Pedro e isso com dois mil anos de intervalo entre um e outro. E Lula quer tornar o Brasil desenvolvido em quatro anos? Bravata! Bravata!

E a esquerda tosco-trotskista com saudades do companheiro Lula hein? Votaram todos en masse no molusco acreditando que ele era uma alternativa à esquerda de Alckmin, e que o Papai Noel mora no Pólo Norte e que o Coelhinho da Páscoa traz ovinhos. E agora como prêmio terão DELFIM NETTO (*) na área econômica! huahuaha. O Brasil, essa pátria do homo cordialis é de fazer qualquer um morrer de rir!

Agora eu pergunto (muito mais para espezinhar do que para manifestar tendências autoritárias): se era pra o Delfim cuidar da economia, por que diabos os caras se deram ao trabalho de contestar a ditadura? Estou começando a pensar (e isso é humor negro) que os eletrochoques não eram tortura e sim terapia, são todos loucos!

(*) fonte: Globo News

Wednesday, October 25, 2006

Lulalau

Lulalau... brilham os lingotes
Lulalau... cresce a lambança
Lulalau... meu primeiro mandato
pra fazer brilhar minha soberba


Será que a minha transição para o lado direito da força vai se consumar? Eu me sinto como um Anakim Skywalker que abomina o imperador Sith mas também não concorda com os métodos Jedi. Hoje escrevi para uma laranjíssima amiga sobre a minha irritação com o Lula, cuja soberba já rivaliza com a do arquebobo FHC.

Todos sabem que, conotações sexuais à parte, o FH se acha a própria Rainha da Inglaterra. Eu comparei-o à Cleopatra mas pensando bem acho que ele consideraria a coroa inglesa mais ao seu gosto. Há que se perguntar à criatura. A Cleopatra tem esse status de majestosa divindade terrena perante a qual curvam-se os egípios erguidores-de-pirâmides. A Rainha da Inglaterra é muito mais chique e mais rica, além de tomar seu tea com o mindinho levantado. Mas o seu poder é secular. Vitória é no máximo a representante do Cristo Anglicano na Terra. Já Cleopatra tem um canal direto com Atum & Aton-Rá, o que pra quem se acha, é o que há!

Agora digam-me, quando o Lula aparece irritadinho na TV dizendo coisas como "Eu somos foda!", "Eu possivelmente seja pelo menas o melhor presidente que esse país já teve", "A saúde atualmente está perfeita", "nunca se criou tanto emprego nesse país", "ninguém caçou mais marajás que mim", não dá medo não? Até porque, só falta acrescentar "e quem não concordar eu prendo e arrebento": a distância entre o 'caçador de marajás' e o 'cassador de opositores' é de apenas uma letra.

E já que a plataforma dele parece ser a cara de pau e a repetição da mentira pra ver se cola, vocês me dão licença que eu vou ali dentro pegar minha roupa de Regina Duarte. Eu tô com medo, poxa! Se O führer petista detém o monopólio da pureza e da verdade, o que o impede de dar um putsch no Reichstag? Nada. Vão dizer qualquer merda o führer faça os judeus do psdb fariam pior e por isso a gente tem que engolir tudo. I beg to disagree.

É isso que está começando a me empurrar para o lado alquimista. Resta saber se vale a pena completar a transição para o lado negro e votar com a direita. Em termos nerds, sou Anakin Skywalker, estou vendo o Senador Palpatine e Mace Windu se estapeando. Só não decidi ainda se corto a mão de um ou de outro. Ainda bem que eu não sou tão importante!

Monday, October 23, 2006

Festa do Conquistador

No final do século III ac havia Caetano, um bardo efeminado adorador de Epona (deusa dos burros), que vivia a cantar músicas idiotas como 'Gosto muito de você Leaozinho' e 'Gosto muito de você, Tirgresinha', denunciando a crueldade a que as Bestas africanas eram submetidas em jogos gladiatoriais. Haníbal já o ameaçara de exílio por causa da irônica música 'debaixo dos caracois dos cabelos do seu tutor espartano', mas a gota d'água foi a canção idiota 'Gosto muito de você Elefantinho', um protesto contra possíveis maus-tratos aos Elefantes no exército púnico.

Caetano foi feito escravo e vendido para os allobroges, e foi trisavó do insuportável Chatotorix, o bardo que vivia amordaçado por colegas aldeões. O que pouca gente sabe é que sua irmã Gaul Costa, admiradora das poetisas da Ilha das Lésbicas, foi testemunha ocular do cerco de Saguntum, pois quando da investida final dos cartagineses ela estava a banhar-se no Ebro em companhia da "amiga" Maria Bretanha. Festa do Conquistador foi a música resultante, em parceria com Moraius Moreira.

Fagulhas, pontas de agulhas
Brilham estrelas no Setentrião
Barbados, feníncios armados
Espetam as lanças em meu coração

Bombas na guerra-magia
Cartago matava, O Ebro corria
Nas fogueiras da ágora
o que explodia
era o senador

E ardia aquela fogueira
que consome uma vida inteira
Eterna noite sempre a primeira
Festa do conquistador...

Sunday, October 22, 2006

O meu romaníssimo HD, chamado Italicus, tinha uma partição chamada SPQR onde ficava o sistema e uma partição chamada CONSUL onde ficavam meus trabalhos. Desde a Galikerkatastrophe há uns dois meses meu HD andava meio esquisito, e não teve jeito, formatei-o hoje (ainda bem que eu tinha um segundo HD na estante, com o sistema instalado). Claro que o novo nome da partição do sistema será PRINCIPADO. Se a república não dá conta, fazer o que né? Mas vou sentir saudades :)

PS: Não tentem enxergar nenhuma metáfora política aqui, eu sou louco mesmo e dou nomes bizarros aos meus computadores. Quanto à política de verdade, sigo advogando o voto nulo e me perguntando se voto no alckmin só pra sacanear o lula ou se voto nulo mesmo.

Friday, October 20, 2006

B. B. 'Tyranossaurus' Rex

Acabo de ler no jornal que Mr. B.B. King apresentar-se-á no Rio de Janeiro em 7/12, em sua turnê mundial de despedida. Deve ser caro pra cassete, mas se puder eu quero ir.

Considerando que eu e Lésbia habitamos planos existenciais distintos e que há um Styx entre nós, vou apelar para as amigas de costume: Appia Laterna e Frau Germânica, vocês querem ir?

Thursday, October 19, 2006

Hoje eu descobri que a comissão de ética é tão ética que deixa de almoçar e manda o seu almoço para as criancinhas pobres. Que é pra elas crescerem fortes e assaltarem a gente nos sinais, ruas, esquinas, campos e construções.

Ah, e enquanto escrevo isso vejo que o Ariano Suassuna está gagá! Dizer que a reeleição do sapo barbudo é fato histórico após 500 anos de governo da elite?! Possivelmente nosso grande dramaturgo tens um parafuso de menas na cabeça?

Tuesday, October 03, 2006

Filípica

Porra, Alckimin, tu vais aceitar apoio do Marco Antônio de Campos? AAAAAAAARGH!

Friday, September 29, 2006

Publius Syria Sententiae (Novus Liber)


"Matus sum. Vinus mihi in cerebrum abiit."
- Inacius Moluscus et Caecus Reus Silvia



"Serva me, servabo"
- Regina Mater brasilianesem Cardosia I


"Superbiam autem ipsus reginae cum esset trans tiberium in hortis commemorare sine magno dolore non possum"
- Cicero, sobre a Regina Cardosia I.


"Rogo brasilianii omnis ad studiorem universitatem Atheniensem"
- Cristovan Colombo Buarque de Holanda

"Aediles cum Pistoribus Collundant, cum interim nous annona mordet"
- Ruim Pimenta da Costa

"Burn, Baby Burn"
- Heloísa Bodicea, a Goda

"Asinus est plus calidus quam Frigidus"
- Rex Ieorge Buxicus II

Wednesday, September 27, 2006

the beauty of grey

Frios dias cinzas são para se sentir saudades. De que eu não sei, mas acho-os extremamente melancólicos.

Tuesday, September 26, 2006

"Aristóteles era um cara legal"

Eu não consigo escrever sequer sobre uma coisa técnica sem tratá-la historiograficamente. E parece-me que mesmo as teorias de ponta do chamado 'estado da arte' em sistemas complexos remontam à Grécia Clássica.

É isso mesmo. Resolvi pinçar algo interessante para introduzir uma discussão sobre os moderníssimos algorítmos genéticos, e não faz meia hora que examinando 'On the origin of the species by means of natural selection' encontrei uma citação de Aritstóteles. (Tão pensando que os naturalistas não tinham formação clássica? Quem não tem formação clássica e nem sabe escrever é o biólogo, mas não se preocupem porque o governo molusco vai universalizar o analfabetismo funcional com cotas para ignorantes de todas as cores):

"Os dentes (...) da frente são afiados, adaptados para cortar e os de trás chatos, próprios para mastigar a comida. Eles não foram feitos para isto, sendo esta configuração acidental (...) quando as coisas parecem terem sido feitas para uma função elas permanecem, e quando assim não é, elas desaparecem" (Physicae Auscultationes lib. 2, cap. 8, s. 2)

Pronto. A noção de seleção natural acabou de recuar 2500 anos. Existe sequer alguma coisa que saibamos hoje que os clássicos já não soubessem? E pior, o que teriamos nós desaprendido que permanece ignorado?

Thursday, September 21, 2006

Declarando o Voto

Os germanos escolheram enfrentar o que sobrara dos romanos a baterem-se com os hunos. Mas o dilema entre invadir um império romano no ápice do seu poder ou resistir aos hunos é falso. A esquerda gosta de dizer que devemos escolher o menor entre dois males e valer-se deste pragmatismo canhestro para aliar-se a moreira franco, brizola, ACM. Acho difícil encontrar algum político a quem o PCB não tenha se aliado em algum momento da história recente. Se não há rublos ou copeques é preciso se virar, eu suponho.

Mas essa digressão toda é para dizer que eu me recuso a escolher entre morrer queimado ou afogado. Eu me recuso a escolher entre levar uma porrada nas fuças com um taco de basebol ou um cano de ferro, eu não vou escolher o menor dentre dois males quando ambos são insuportavelmente ruins. Menti nescio. Votarei nulo e com consciência.

Entrego assim a escolha aos deuses. Algum romano já disse que é melhor ter um coração valente e enfrentar a cota de desventuras que lhe cabe na vida do que ficar eternamente com medo do que possa vir acontecer. Que venha o próximo sátrapa, pois. E que morra também.

Wednesday, September 20, 2006

Sintomas

A gente sabe que está realmente começando a ser encarado como um historiador quando a gente comenta que vai visitar as obras do metrô e um amigo pergunta: 'Por que? Encontraram um templo romano lá?'

Wednesday, September 13, 2006

Magia

Appia Claudia tem talentos divinatórios que surpreenderiam até o Oráculo de Delfos. Consta que ela teria alertado o glorioso Caesar acerca dos idos de martius, mas este não teria dado bola.

Outro dia tive uma mostra de seu poder. Queixei-me de que faltava um botão em meu paletó, e após olhar as entranhas de uma rã ela me disse que procurasse no forro do bolso interno. Lá eu acharia um novo botão, costurado.

E não é que estava certa?

Monday, September 11, 2006

Bizarrices


Quem diria que este sujeito que é mais fã dos Rolling Stones que dos Beatles sonharia com Sir Paul McCartney? Mas é verdade. E estranhamente foi um sonho multicultural, que reúne elementos da bossa nova, porque eu estava batendo papo com uma galera mais o Paul McCartney quando o elemento tira do bolso uma fita cassete (havia isso então?) com a gravação master de "with the beatles" (1963) e põe pra tocar. E aí deitamos todos lado a lado que nem naquela foto famosa do Chico, Tom e Vinícius e ficamos sacudindo a cabeça e curtindo o som.

Eu hein?

Sunday, September 10, 2006

imagética

O historiador não está restrito à análise do discurso. Muito pelo contrário, ele deve ser capaz de trabalhar também com a imagética e dali extrair informação. Não se diz que uma imagem vale mil palavras? E também a ausência de imagens pode passar mensagens signficativas. O que pode significar que eu talvez deva um pedido de desculpas para alguém. Que eu também não sei se vai passar por aqui. As ciências humanas nunca são exatas.

Finalizo com um destes poemas infames e ridículos que eu gosto de fazer de vez em quando, que têm uma aparência pueril e pobre de recursos, mas nem por isso deixam de ser Schopenhaueristicamente verdadeiros:

A vida não é justa e porque o seria?
Se justa ela fosse a república não caía
Também não é boa senão eu nascia
Em Roma Aeterna, na aristocracia

Thursday, September 07, 2006

Acerca da Taxonomia das Aves

Rubem Alves define um fanso como um ganso verde. E fala com muita propriedade sobre gansos, fansos, bansos, jansos e mansos. O que me lembrou dos sermões de São Paulo da Gama & Filho, que são ótimos mas onde o orador apresenta a peculiaridade de chamar gauleses de galos.

E me pego pensando. O gênero Gallus tem origem na Índia. O que seria das galinhas se todos os galos estivessem na Gália?

Tuesday, September 05, 2006

VIVAMVS, mea Lesbia, atque amemus,


rumoresque senum seueriorum
omnes unius aestimemus assis.
soles occidere et redire possunt:
nobis cum semel occidit breuis lux, 5
nox est perpetua una dormienda.
da mi basia mille, deinde centum,
dein mille altera, dein secunda centum,
deinde usque altera mille, deinde centum;
dein, cum milia multa fecerimus, 10
conturbabimus illa, ne sciamus,
aut ne quis malus inuidere possit,
cum tantum sciat esse basiorum.

b

Quaeris, quot mihi basiationes
tuae, Lesbia, sint satis superque? 15
quam magnus numerus Libyssae harenae
lasarpiciferis iacet Cyrenis,
oraclum Iouis inter aestuosi
et Batti ueteris sacrum sepulcrum;
aut quam sidera multa, cum tacet nox 20
furtiuos hominum uident amores;
tam te basia multa basiare
uesano satis et super Catullo est,
quae nec pernumerare curiosi
possint nec mala fascinare lingua.

(Sugiro a leitura ouvindo Prelude From The Unaccompanied Cello Suite No. 1 In G Major, BWV 1007; Yo-Yo Ma.)

E porque eu escrevo isto? Porque é lindo, oras!

Monday, September 04, 2006

A Trombeta

Quem acompanha este blog sabe que eu costumo pesquisar o hit parade da antiguidade. À epoca em que Valerio Marcial escrevia seus epigramas, fazia sucesso na Capadócia um samba de Jorge Ben-Hur Jor que enaltecia a figura de Augusto. Entitulado "A Trombeta", essa canção era mais ou menos assim:

A trombeta tocou novamente
Olhei pra ver, e não era o imperador
será que ele ainda está muito zangado com Varro?

que pena
que pena
que pena
que pena

Pois só ele entende a plebe e lhe acode
Na queda ou na ascenção
Ele é a paz da nossa res publica
Pontifex do nosso espirito
A nossa proteção

que pena
que pena
que pena
que pena

com ele eu sou mais eu
com ele eu sou equestre
com sua liderança

O divino traz a pax, o renascimento, a esperança
A trombeta tocou novamente...

Thursday, August 31, 2006

O Mundo como Vontade e Representação

Schopenhauer nos ensina que não vale a pena conversar com todo mundo. Exemplo: Se Fernando Henrique Cardoso sentasse ao meu lado em um avião e puxasse conversa falando do escravo-coisa, eu "concordaria" com um lacônico hum-hum e voltaria a ler minha revista pornô.

Da mesma forma, quando me disseram hoje que quem se especializa em história sem ser graduado em história -- Moses Finley, por exemplo -- fica pra sempre capenga, claro que eu emiti o meu hum-hum cardosiano sem dar papo para o neobobo. Os socráticos nos ensinam que a retórica é pra ganhar a audiência, não para convencer o adversário. Se não há audiencia vou gastar meu latim pra que?

Depois comecei a refletir a respeito. Porque será que dão tanto valor aos formalismos? Afinal, "se os homens soubessem como são feitas as salsichas e as leis não comeriam as primeiras e nem obedeceriam as últimas", e currículo é lei. É feito mais ou menos como se faz uma salsicha que não garante a excelência de quem a come. Às vezes vem até com tênias, especialmente quando quem deveria ensinar encara a profissão como uma forma de passar o tempo enquanto não se pode ir pra região dos lagos. E as tênias, todos sabemos, atacam as mentes.

Appia Claudia está coberta de razão quando defende a transformação dos currículos estanques tradicionais em uma espécie de 'do it yourself' interdisciplinar orientado. Além de todas as vantagens produtivas e méritos pedagógicos que ela enumera, acabo de me dar conta de mais uma: nesse sistema a gente pode se dar ao luxo de só aprender com quem quer ensinar. O que é mais ou menos o que eu já estou fazendo, precursor que sou como todo Fabius Pictor!

Sunday, August 27, 2006

Bárbaros, são todos bárbaros!

Não sei se vocês têm coisas mais interessantes para fazer, mas domingo de noite eu costumo assistir o Aprendiz do Roberto Justus, ao mesmo tempo em que mexo no computador (que fica perto da TV). Vocês já viram o nível dos candidatos? Sinceramente, só tem merda! São todos tão fracos que impressionam. Tudo bem que eu não sei a diferença entre convenção e evento, e também não sei fazer um business plan, mas não sou eu quem está se candidatando a pagar mico na TV como candidato a executivo que não sabe porra nenhuma.

E para um programa que visa recrutar alguém pra trabalhar nos EUA, o que dizer do fato que ninguém ali sabe falar inglês?! As expectativas do Roberto são tão baixas que ele disse que o inglês catastrófico de uma das candidatas era "razoável". Razoável é o cheiro do meu peido, aquela mulher simplesmente não fala inglês.

Agora eu entendo porque a imprensa noticiou que há uma cláusula no contrato que permite ao Roberto exercer a opção de não contratar ninguém ao final do programa. Quando eu li eu achei um absurdo, mas hoje percebo que é necessária.

Tuesday, August 22, 2006

Questio et Replica

Depois do texto sobre os Suevos, recebi um email de uma fã. Ela pergunta "Querido Pictor, você podia me dizer a origem da expressão 'jogar sueca'? Quero também saber se os suevos de quem você falou no post anterior tem algo a ver com os suecos. Obrigada e beijinhos!"

Não. Os suevos não são escandinavos, eram germanos que viviam em portugal e contaminados pelos miasmas da terra viraram portugueses.

A expressão "jogar sueca" foi cunhada na grécia antiga durante os jogos olímpicos. Ocorre que as escandinavas sempre foram muito desbocadas, e vez por outra alguma ofendia Posseidon. Possesso, este fazia uma assustada sueca ir parar na Hélade!

Ocorre que tão logo os gregos viam uma mulher nas olimpíadas - e as suecas são muito vistosas - eles a jogavam do primeiro precipício que encontrassem. Jogar a sueca. Entendeu?

No período bizantino a igreja proibiu essas práticas agressivas mas esta tradição encontra eco nas cartas, onde até hoje os jogadores tentam se livrar das damas porque grego gosta mesmo é de valete!

Ideologia Antiga e Escravidão Moderna

Segundo a tradição oral, Arno Wergeld, um analista visigodo, teria uma vez dito que "os suevos morreram de inanição", ao referir-se à forma como este povo minguou. Detalhes sobre o desaparecimento gradual dos suevos nós não temos, mas sabemos que aos poucos esses germânicos da lusitânia "deixaram a vida para entrar na História"

Ocorre que este analista dos tempos antigos encontrou um documento original na Biblioteca Episcopal de Trás-dos-Montes que lança luz sobre tais acontecimentos. Parece que um nobre decaído cruzou os Pirineus e os territórios mouros até ser acolhido pelos Suevos. Chamava-se Mao Zedungix e dizia-se brigado com Carlos Marx, que a historiografia acredita ser o próprio imperador Carolíngio, atribuindo a pequena discrepância entre os nomes a um erro do copista.

Mao Zedungix denunciou Marx por suas relações com o Bispo de Roma. Foi Mao quem cunhou a maldosa frase "O Rato Roeu a Roupa do Rei de Roma". A análise semiótica dos seus elementos nos permite ver que Mao associa os estados papais com uma imagem de decadência (ratos, roupas roidas) e ainda chama o bispo de Rei, figura altamente odiada pelos romanos.

Mao convenceu a todos que o importante é ter um discurso político, promovendo uma verdadeira Revolução Cultural entre os Suevos de Trás-dos-Montes. Subitamente, os agricultores denunciaram as colheitas como uma atitude pequeno-burguesa e passaram a marchar dia e noite cantando palavras de ordem, como "A une ao lado dos trabalhadores" e "fora lula". Artesãos, ferreiros, copistas, padres, druidas, prostitutas, seminaristas, analistas, cronistas, bardos e guerreiros pararam todos de exercer suas funções e passaram a andar pelas ruas 24 horas por dia cantando músicas politizadas e gritando que iam mudar o mundo.

Os filhos ao invés de obedecer aos pais passaram a denunciá-los, sempre bradando palavras de ordem. O comitatus do Rei acusou os Mouros de Tânger como "tigres de papel" e o confronto entre os guerreiros que diziam que o tigre era de papel pardo e os que diziam que era de papel marchê saiu de controle e tomou proporções gigantescas. Toda a guarda do rei pereceu neste episódio sangrento. As fontes nos contam que o rei não pode tomar atitude alguma, pois estava ocupado redigindo "Preconceitos de Classe na Antiguidade: um estudo do assédio moral de Zeus sobre Hephaestus". Esta obra não chegou aos dias atuais.

Eventualmente alguém se tocou que não havia o que comer ou vestir já que ninguém mais atentava para as atividades mundanas. Pior, os escravos fugiram todos. De qualquer modo, era tarde.

"os suevos morreram de inanição". A historiografia sempre prensou nesta frase como metáfora, mas minhas pesquisas mostram que ela é bastante literal. Por isso que hoje os portugueses não são germânicos. E portugueses que são, podem até achar que isto é um elogio!

Friday, August 18, 2006

EID-MAR

Este é um denário de prata comemorativo do assassinato de Caesar. Esta leva de moedas foi mandada cunhar pelo Brutus (sim, os senadores cunhavam moedas). A inscrição EID-MAR faz alusão aos idos de Março, data em que o referido patife assassinou aquele que na batalha de Pharsalus dera ordens específicas a seus soldados para que poupassem-no.

E o que este denário faz neste blog? Ofereço trinta destes aos judas do curso de história que entregaram em branco as provas do ENAD, esses brutos beócios desprovidos de intelecto, que em prol de um fuzuê político esquerdista demodée entregam a cabeça dos demais colegas, de bandeija.

Sim, porque não são estes cretinos que terão que aturar as consequências de seus atos. Como bem o disse um tribuno britânico, "é fácil fazer a merda e deixar os outros sentindo o cheiro". São os alunos que ficam que têm de enfrentar as conseqüências de estar em um curso agora desprestigiado e com menos poder de barganha. São os coordenadores que ficam que vêm seu árduo trabalho solapado. São os candidatos à pós que têm reduzidas suas chances de obter bolsas.

O lucro fica todo com os "tubarões" do ensino particular, que agora podem encher a boca e dizer que têm avaliação melhor que as públicas. Podem até pleitear verbas do cnpq para suas pesquisas, com melhores chances de conseguí-las do que as universidades públicas mal-avaliadas.

Não imagino que esse pessoal tenha algum tipo de ambição acadêmica, portanto caros brutii, quando vocês estiverem recebendo um salário de merda dando aulas no estado lembrem-se que graças a vocês os filhos de gente em melhores condições financeiras recebem verbas públicas na PUC. Sigam tirando dos pobres para dar aos ricos.

Só não vale depois dizer que só o Lula é traíra.

Wednesday, August 16, 2006

Quintus Fabius Trajanicus




You scored as Trajan.

You are quite fortunate to rank as the emperor Trajan, possibly the greatest of Roman emperors. You have relentlessly expanded the empire and even humbled the mighty Parthian empire. Loved by all, vastly larger than life, you are the model for all future emperors. It is hard to find a bad thing to say about you. HAIL CAESAR!

Quer tentar?
http://quizfarm.com/test.php?q_id=37384

Quintus Fabius Juvenalicus

Que farei eu em uma boite? Eu não sei mentir. Se uma mulher é burra eu não digo "que interessante" e nem peço o telefone. Eu ignoro os símbolos astrológicos. Eu não posso e não quero adular seus pais. Eu nunca examinei as entranhas de uma rã (sic). Nem vou acobertar as estrepolias do amigo adúltero. Não vou ajudar a casa a roubar os clientes, por isso nenhuma hostess me dá boas vindas.

Wednesday, August 09, 2006

Catástrofe Germânica

Hoje como parte dos meus estudos medievalísticos (que Applia Claudia classifica como medievalescos) eu descobri que um livro recente cataloga 210 causas publicadas na historiografia para a queda do império romano. Mas dessas 210 existem duas correntes eruditas principais: a Inglesa e a Alemã.

A corrente inglesa (romanistas) sustenta que as invasões bárbaras derrubaram o Baixo Império. A corrente alemã (germanistas) sustenta que a queda de roma é um mito e que na verdade os germânicos fizeram um favor aos romanos ao migrar pra lá e dinamizar a decadente cultura clássica com seus piolhos arianos. Parece que tem gente que leva a escola alemã a sério mesmo. Devem ser os mesmos que negam o holocausto, rá, rá!

Friday, July 28, 2006

CANIS ERATOSTINALIS

[ABSTRACT]
A geometria é uma arma poderosa. Eratóstines estimou (corretamente) o diâmetro da terra usando nada mais que uns pedaços de pau, seu cérebro, umas séries trigonométricas e quiçá alguns escravos. Agora meu amigo Aulus Celsius segue seus passos, desenvolvendo um sistema geométrico para determinar aonde um jovem cachorro caga.

Ocorre que segundo as descobertas de Celsius o cachorro caga a uma distância mínima da comida, distância esta que pode aumentar conforme ele tenta "expandir" seu terrítório, mas ainda assim ele caga sempre sobre um raio r imaginário traçado a partir do ponto onde está a comida. Assim, movimentando a comida (doravante ponto O) pode-se colocar o ponto da última cagadinha (P) dentro da circunferência de raio r de modo que OP< r; A partir deste momento o filhote de cachorro irá procurar um novo ponto (P') para cagar, de modo que, necessariamente, OP' = r.

Usando água em um segundo vasilhame como ponto de comida complementar (O') garantimos que o cachorro também não cagará dentro da circunferência O' de raio r, mesmo que que parte desta circunferência esteja inscrita na circunferência anteriormente estabelecida de raio r e centro O. O segmento de reta OP chamamos de Cardo Cagatorialis e o segmento OP' é o Decumanus Cagatorialis.

O segredo é que a partir das triangulações de pontos ótimos para a comida e uso inteligente de anteparos como móveis e paredes que reduzam o espaço cagatório cachorral, podemos estimar uma área A em torno do ponto da próxima cagadinha C'' com grandes chances de acerto. Segundo os relatórios de pesquisa publicados o cachorro tem cagado consistentemente sobre uma fralda F de área A cujo centro se faz coincidir com C''.

Quanto às poucas observações experimentais com resultados incoerentes para este modelo, estimo que sejam tentativas do cachorro de expandir seu território acrescentando um incremento x ao raio r. Eu sugeri ao meu amigo que a) demonstre que o Cardo e o Decumanus são as geratrizes do espaço cagatorial e que o raio r define o espaço cagatorial cachorral, sendo este último um subespaço gerado. b) estime a variação dx/dr com que o cachorro aumenta diariamente o raio r e incorpore essa componente ao seu modelo matemático. Acredito que esta seja a solução definitiva do problema, e nossa conclusão é que precisamos de mais fundos para esta pesquisa.

(Viram como eu seria um bom orientador?)

Sunday, July 23, 2006

FASTI PICTORILIS


Sim, na parede da minha casa há um calendário pseudo-romano (eu mantive o sistema de domingo, segunda, terça para diferenciar os dias fasti dos nefasti) onde marcadores de diversas cores indicam alguma tarefa/evento. Esses são os Fasti Pictorilis. Não é exatamente uma Capela Sistina, mas também Michelangelo teve mais tempo para pintar do que eu. Agora estou em uma grande dúvida quanto ao nome dos meses do ano. Será que mantenho Martius, Aprilis, Maius, Quintilis, Sextilis, September... ou mudo tudo pra Lucius, Aelius, Fabius, Pictorilis, Augustus, Herculeus, Romanus, Exsuperatorius, Amazonius, Invictus, Felix, Pius?

Friday, July 14, 2006

CAESAR AVGVSTVS DIVI F PATER PATRIAE REGNVM INTERRETIALIS INAVGVRATIO


Invitat culpam qui peccatum praeterit. Com estas palavras Publilius Syrus nos explica que quem deixa passar um erro, encoraja novos. No início deste blog eramos três. Um aristocrático jovem romano prestes a ingressar no cursus honorum academico, uma apaixonada pelos números e uma apaixonada pelo latim. Um triumvirato contra a mediocridade internética. A apaixonada pelos números cometeu um erro crasso e foi feita prisioneira pelos selvagens da COPPE, que amarraram-na e derramaram-lhe papéis técnicos goela abaixo. A latinista preferiu uma vida de luxúria em Athenas à sua missão cívica romana, negligenciando seus deveres estatais; O povo e o senado de Roma Aeterna clamam por providências, e eu Quintus Fabius Pictor, agora também Augusto, herdeiro de otaviano e suas tradições autocráticas, decidi que já basta! Como diria Cícero, "reginam odi"! Estou oficializando de iuri uma situação há muito vigente de facto e assumindo o controle definitivo desde blog. As contas das senhoras cleopatras foram deletadas e sou o único dono, senhor e administrador deste pedaço da internet. Para comemorar este acontecimento estou assumindo o título de Augustus e tirando um dia de Fevereiro para colocá-lo em Agosto. Também estou importando bestas africanas a fim de promover jogos em minha honra e homenagem!

Thursday, July 13, 2006

Nilopoleis

Uma coisa que eu descobri através de uma comunicação da professora Nely é que na década de 30 foi formulada a hipótese de que os egípcios consultavam oráculos. Há muitos pequenos pergaminhos, que haviam sido desprezados, com fragmentos de textos até então tidos como irrelevantes. Hoje pensa-se que eram mensagens que eram levadas aos templos onde se praticava alguma forma de divinação.

Eu até consigo imaginar a cara de decepção de um arqueólogo francês ou britânico de fins do século 19, avidamente abrindo um papiro lacrado apenas para deparar-se com a seguinte frase "Será que vou casar?"

Monday, July 10, 2006

Acta est fabula, plaudite!



As supostas palavras finais de Augusto fecham a copa. Embora a minha ascendência (bisneto de cidadão romano) esteja distante demais pra eu torcer de modo entusiasmado pela Itália, eu vibrei com o gol de Quintus Fabius Grosso, que é irmão de gens. Fica aqui uma pequena homenagem musical aos tetracampeões:

Orbis Tropaeum nostrum est
Roma vinct omnia
Oh aurea legio
Samba bene, tergus bonus

Saturday, July 08, 2006

Pensaram que eu ia escrever,


mas eu enganei todo mundo! Nesse finalzinho de madrugada eu to a fim mesmo é de jogar Rome Total War. Apesar de o senado não ter formalmente autorizado eu desembarquei uma legião em Salamis e trucidei os serviçais de Ptolomeu IV antes que ele tivesse tempo de dizer "Seleucio!" O que me tornou bastante popular, e diante da dramaticidade da atual atmosfera (ver tela acima), eu é que não vou ficar escrevendo. Vou promover minha guerra civil particular, isso sim! Se vocês se comportarem eu deixo uns comentarii para a posteridade, ok?


Sunday, July 02, 2006

A história das civilizações no paradigma pós moderno

A pós modernidade considera que tudo é uma merda blasê e que a história das civilizações começou com peidos espontâneos (teoria da abiogenese das civilizações). No início havia a terra, e ela era deserta. Aí apareceram os egípcios e os faraós e eles sumiram deixando somente a areia e as Pirâmides, que afundaram nelas. Pluft!

Ai apareceram os gregos e os persas. Os persas tentaram brigar com os gregos mas perderam porque não eram machos e usavam muita maquiagem. Os gregos também não eram machos, mas na pós modernidade é feio falar mal dos outros. Aí depois da batalha de maratona os Espartanos brigaram com os Atenienses porque os espartanos eram militares e militar não gosta de democracia. Mas aí todo mundo sumiu de novo que nem os egípcios. Pluft!

Daí apareceram os romanos. Eles não foram um peido porque eles duraram bastante. Eles eram uma cidade que foi crescendo, crescendo até que eles incluiam a europa toda, e a inglaterra também porque a inglaterra é parte da europa. Aí vieram os bárbaros e acabaram com eles. Mas é feio chamar eles de bárbaros porque eles eram uns camponeses humildes e gente boa que só queriam um lugar pra plantar nabo. Os romanos é que eram maus porque não deram cotas pra eles e eles tiveram que matar os romanos pra tomar a terra na marra, sabe? Mas os romanos é que provocaram porque chamavam eles de bárbaros só porque eles não sabiam ler.

Depois ficou muito tempo sem acontecer nada. Deve ser porque os bárbaros foram embora e o mundo ficou vazio já que também não tinha mais romanos. Aí veio a idade média, onde os cavaleiros salvavam as donzelas e um tal de papa mandava as pessoas pras cruzadas. Quando elas não iam ele mandava a inquisição queimar eles. E a inquisição também queimava as mulheres porque os padres tinham medo de serem denunciado por abusar dos filhos delas.

Aí descobriram o brasil. Ou melhor, invadiram porque a direita só queria explorar os nativos da américa, que na verdade eram negros africanos. Aí os portugueses viraram brasileiros e os militares deram um golpe porque os estados unidos mandaram. Aliás, eu não sei bem de onde sairam os estados unidos mas eu sei que eles são maus porque controlam os militares do mundo todo e ficam mandando eles darem golpes. Os militares são os caras que invadiram o paraguai e mataram todo mundo porque o Caxias mandou. Eles são maus mesmo. E a culpa é dos americanos, mas antigamente era dos ingleses.

Os estados unidos são inimigos da união soviética, que não existe mais mas ai apareceram os terroristas. Os terroristas são como um videogame porque eles morrem quando atacam mas sempre jogam de novo. Por isso que eles são perigosos: porque a polícia mata eles mas eles são terroristas e não desistem nunca.

E o racismo é feio, o Tevez é mais feio ainda e o Lula era bom porque era operário e não sabia falar, mas agora ele é mau porque fabrica escândalos e não fala nada.

Saturday, July 01, 2006

Another brick off the wall...

A segunda metade do século XX não foi boa para a esquerda. Todos os seus mitos foram caindo por terra junto com o muro de berlim, as repúblicas do bloco soviético e até a ética do PT. Agora esta copa do mundo marcou a ruína do último bastião ideológico da esquerda intelectual bolivarianista universitária que torce pra argentina: o mito de que o bom é o Brasil perder a copa que é pra o povo não ficar alienado comemorando!

Não é que o Brasil perdeu mas tá tendo um festão aqui na rua? Festa mesmo, com carro de som, pagode e muitas, muitas pessoas dançando. Deve ser melhor do que jogar a cerveja fora, imagino...

MENTIRAAAAAAAAA!

O Parreira disse que a França jogou com 9 atrás.
Só se forem 9 nabas no traseiro dele.

Tuesday, June 27, 2006

Felipão V, Rey de España y Portugal

Por falar em copa do mundo, adorei aquela encenação da Batalha de Guararapes no estádio de Nuremberg! Parece que a equipe calvinista se revoltou contra Felipão V, técnico de Portugal y Espanha e desceu o cacete nos papistas alentejanos. Que terminaram por mandar os holandeses de volta pra casa.

Medievalismo Portenho

Os argentinos sempre se disseram ingleses, mas assistindo os jogos da copa eu descobri a verdade: eles pensam que são saxões da baixa idade média. Senão como explicar a aparência cabeluda e excessivamente suja de seus atacantes? Se tivessem piolhos poderiam perfeitamente circular na côrte de Haroldo III.

Sunday, June 18, 2006

impedimento

Se bem que com El Gordo Febril y cheio de Bolhas em campo a gente joga com 10... vamos ver.

previsão

Cinco a Zero na Austrália! Tá na hora de ver gol nesse grupo.

Friday, June 16, 2006

Ronaldinho

Já dizia Shakespeare que não se pode confiar nos magros, mas acho que o Parreira confia demais no gordo!

Friday, June 09, 2006

principia mathematica

A Vanessa e o Bernardo ficaram me instigando hoje a escrever sobre uma discussão que tivemos em aula. Alguém sustentou a hipótese de que a língua inglesa é pobre e que daqui a 50 anos ninguém lembrará de um só trabalho em inglês, ao passo que o latim seria eterno. Appia Cláudia sustentou uma tese um pouco mais defensável, segundo a qual o inglês é apenas estruturalmente pobre.

Qualquer bossal que estude informática em uma universidade decente está familiarizado com a hierarquia de Chomsky e as famosas expressões regulares, gramáticas livres de contexto, gramáticas sensíveis ao contexto etc.

Quem estuda letras no entanto, não estuda matemática e perde a grande oportunidade de perceber que essa hierarquia tem fundamento e função: demonstra-se que todas as palavra s geradas pelo conjunto-potência dos símbolos do alfabeto mais as regras gramaticais, em cada nível, ficam dentro da mesma classe de equivalência.

Isso é muito importante para o profissional de informática porque assim nós definimos o tipo de automatização necessário para reconhecer cada palavra formada em um determinado nível. Por exemplo: as calculadoras precisam reconhecer palavras (linguisticamente, uma conta é um tipo de palavra gerada por uma expressão regular mais um conjunto finito de símbolos) !

Tecnicamente, para reconhecer palavras do nível mais simples (expressões regulares) usamos uma abstração chamada autômato de estados finitos; Para reconhecer uma palavra formada no segundo nível, gramáticas livres de contexto, empregamos um autômato de pilha. As linguagens de programação costumam ficar no nível seguinte, o das gramáticas sensíveis ao contexto, e também há um tipo de automação específica para reconhecer os possíveis padrões daí resultantes, e é assim que a gente pode programar um computador para ser programável. (perceberam o que eu disse?)

O nível mais complexo é o das gramáticas livres (unrestricted), e em tese, para validar uma palavra dentro dessa classe precisamos de uma máquina de turing.

Eu só aceito que se diga uma linguagem é mais pobre que outra se elas ficam em diferentes classes hierarquicas. Isso é técnico, científico e matemático. O resto é ideologia. O universo das possíveis comunicações não é dado pelo número de tempos verbais ou desinências genero-pessoais. Sequer pelo número de diferentes palavras. O que faz uma pessoa achar que o índio que chama "pá" de "colher pra cavar" tem uma língua mais pobre, é o preconceito do conquistador. O que faz o brasileiro achar que "procurar" é superior a "to search" é o seu nacionalismo. Do ponto de vista matemático, todas as linguagens naturais são equivalentes.

how about that?

Wednesday, June 07, 2006

Cantamus romani carmenum

Um dos compositores de maior influência do período clássico foi Chico Buarque da Bélgica (lembrem-se de que ainda não havia a Holanda: "Galia est omni divisa in partes tres, quarum unam incolunt Belgae..." Mundo Antigo I, gente!)

Enfim. A questão é que Chicus Buarquius Belgae compos versos em homenagem a meu antepassado direto, Quintus Fabius Maximus. Versos estes que reproduzo aqui.

Hoje você é quem manda
Falou tá falado
Não tem discussão.

Quem era consul hoje anda
falando de lado
E olhando pro chão, viu?

Você que trouxe seus licitores
Ora tenha a fineza de os dispensar
Você que se acha o consul
saiba que hoje eu sou
Ditador.

PS: Vocês tão achando que eu sou a única pessoa a pesquisar música antiga? Que tal esse trechinho aqui, tirada da página do matemático Eric Conrad?

"In Ventus Flare (Roberto Dylano)
De quot viis viro ambulandum est, dum virum appelatur(...)"

Cantamus carmenum poeni

Como pesquisador do cancioneiro popular mediterrâneo, decidi publicar neste blog as letras de músicas que embora hoje estejam esquecidas, outrora já conheceram o olimpo das paradas de sucesso da antiguidade, ao lado de composições consagradas de bandas eternas como "Besourii" ou "Calculi Mobiles".

A primeira letra é do compositor e interprete plebeu Moraius Moreira (repare que ele só tem dois nomes) e foi muito popular em 216 ac, especialmente em Cartago e Lepicis Magna.

Aníbal Barca (por Moraius Moreira)

Enquanto eu corria, assim eu ia
a gritar, correndo do Aníbal Barca
por minha cabeça não passava
só, só, somente só
assim eu vou gritar, assim eu vou correr

A coisa tá
preta, preta, pretinha
prende a calígula na canela
e corre pra não morrer
corre como pássaro que vive avoando
corre avoando sem nunca mais parar
Ai, ai, Anibal Barca, não venha me matar

Friday, June 02, 2006

Rector Magnetus

Ter um passe para ir ao cinema é uma experiência única; Assitir X-Men 3, dar a volta e entrar de novo no multiplex para assistir O Código DaVinci em seguida, outra!

Você atinge uma nova compreensão do enredo: o primeiro filme termina com o Magneto perdendo os seus poderes devido à uma droga supressora de mutações, e o segundo filme começa com ele na França, disfarçado de Sir Teabling e tentando matar o Dan Stubart!! Mas é lógico! E vocês pensaram que ele ia deixar de ser vilão só porque ele perdeu os poderes? Esse Ian Mckelley nunca me enganou!

E o Capitão Picard hein? Nunca imaginei em vê-lo fazendo o papel de um camisa vermelha! Morrer assim de cara logo no comecinho do filme... sacanagem!

History Channel Brasilium odi.

Parece que a NET colocou o History Channel na sua grade de canais (é o 30), mas traduziu metade da programação com a bunda. O espectador é obrigado a ouvir palhaçadas como "o rio Ráini (sic) marcava a fronteira do Império Romano ", ou o "massacre da floresta de Tói-bãrg (sic)".

Mas esta é a primeira metade da tentativa de DESAGRADAR gregos e troianos. Essa é a parte que irrita quem fala inglês. Claro que tinha que ter uma parte para irritar quem fala português, e isso foi facilmente solucionado: TRECHOS INTEIROS DE CADA PROGRAMA ficaram em inglês, sem tradução, dublagem ou legenda.

Basicamente, todos os narradores são dublados em português mal traduzido, e todos os depoimentos ficam em inglês.

E eles cobram por isso.
E ainda tem neoliberais que dizem o quão eficiente o capitalismo é! haha.

Friday, May 26, 2006

Saguntum

Às vésperas das festas juninas acho importante falar da cidade ibérica de Saguntum. Esta cidade é especialmente importante devido ao seu pioneirismo no calendário das festas populares: Incentivados pelo sempre brincalhão Aníbal Barca*, seus senadores pulavam a fogueira antes do advento de São João.

* Aníbal Barca também aparece no cancioneiro popular romano na voz de Moraius Moreira, cujos versos imortais declamam "eu ia a lhe chamar / enquanto corria do Barca". Esta música foi o primeiro lugar nas paradas de sucesso romanas durante todo o ano de 216 ac.

Monday, May 22, 2006

magnetismo

Vocês sabiam que o campo magnético da terra tem decaído vertiginosamente desde 1700? Mais de 10% nos últimos trezentos anos e acelerando. Hoje mesmo eu estava bebendo com um casal de amigos e queria muito discutir isso com eles, mas eles me mandariam à merda na hora. É impressionante como habitamos jaulas culturais distintas.

Sei lá... vocês não acham curioso saber que o campo magnético decaiu 10% em 300 anos? Que nesse ritmo em menos de mil anos iremos perder o campo magnético ou presenciar uma reversão de polaridade? Que a polaridade do campo magnético da terra se inverte a cada 200.000 anos? Que marte não tem um campo magnético? Eu acho tudo isso tão interessante! De verdade, sem ironia.

Thursday, May 18, 2006

VV Brasilis

Valéria Messalina é uma personagem que volta e meia é citada aqui neste blog. E desta vez volto a falar dela por ter localizado a sua reencarnação! Tenho certeza que ela está trabalhando em uma agência de publicidade. Senão, vejamos os slogans que os bancos tem apresentado ultimamente:

"Bradesco. Completo."

Todo mundo que já leu classificados de jornais sabe o que completo quer dizer. "Otaviana. Não-completa.", "Átia. Completinha. " Resta saber o que o Bradesco quer dizer com isso.

"Bank Boston: Não importa o tamanho"
"Banco Fiat: Do jeitinho que você quer"


Precisa de mais exemplos ou vocês já se convenceram?

Sunday, May 14, 2006

falando merda

Sabem aquela historiadora da USP que volta e meia aparece no Jô Soares? Ela acabou de dizer em um painel da Globonews que os 10% mais ricos da população movimentam 70% da economia, e que os 10% mais pobres movimentam 30%. Logo, 80% da população não tem qualquer participação na economia, deve ser porque eles moram na Bolívia.

E por falar em Bolívia, acho que vou pedir para o Morales estatizar essa mulher. Eu não vou sentir falta.

Wednesday, May 10, 2006

Bellum Bolivia III

O Minsitro das Relações Exteriores da Bolívia, Celso Amorim, esteve no senado brasileiro dando explicações sobre a expropriação do patrimônio do estado brasileiro ocorrida em seu país. O diplomata boliviano Celso Amorim também invocou 'as veias abertas da américa latina', de Eduardo Galeano, para mostrar como seu país foi vítima de sucessivas espoliações imperialistas e justificar a expropriação das unidades de produção brasileiras em seu território.

Tomara que o Ministro das Relações Exteriores do Brasil dê uma resposta à altura.

Tuesday, May 09, 2006

Gladiator Violentia

A gente sabe que está estudando demais os romanos quando sonha com lutas de boxe -
após as quais os lutadores são reconduzidos às suas jaulas individuais.

Sunday, May 07, 2006

Bellum Bolivia II

Primeiro eu quero tentar explicar uma coisa. A Petrobrás é uma empresa pública. E não foi para a Bolívia como uma empresa qualquer sujeita às regras do mercado, foi como resultado de um tratado celebrado entre duas nações, in fidem ueneret. Assim sendo, ao apossar-se de patrimônio brasileiro, ali instalado por força de tratado, a bolívia excede seu direito. Se o Brasil tivesse decidido parar de comprar o gás deles de modo unilateral, conforme acordado no contrato, tenho certeza de que eles estariam dizendo que infringimos o direito internacional e protestando loucamente. Mas agora eu descobri que lula não é macaco. É banana.

Segundo ponto. Como já bem o disse Celsius Oxfordicus, aquele bando de soldados armados ocupando a Petrobrás foi uma baita ofensa diplomática. Mas lula não é vertebrado: não tem espinha dorsal; não vimos sequer uma nota de protesto.

Terceiro ponto: expropriação de cu é rola. A Bolívia não expropriou a Petrobrás, entregou seus ativos para a Venezuela. Ou vocês acham que a Bolívia sabe mexer naquela merda? Não, eles dependem dos engenheiros da PDVSA, e ao mesmo tempo em que a Bolívia confisca os ativos do estado brasileiro em seu solo ela firma convênio com a Venezuela para que esta última assuma com sua estatal o papel que o Brasil desempenhava. Isso é ainda mais irritante.

Pensando geopoliticamente, a entrada do Chaves em cena me fez ver que isso não é uma manobra Boliviana, é uma manobra Venezuelana. O Chaves está simplesmente dando um chega pra lá no Brasil e ampliando a sua própria esfera de influência. Às custas da nossa. Diante desse cenário, em que a Venezuela nos é abertamente hostil em ações, o governo Brasileiro deveria buscar aproximação com a Colômbia, sua inimiga natural. Com o Chile, onde uma base naval ou mesmo um tratado de cooperação militar faria maravilhas pela nossa relação diplomática com a Bolívia, e last but not least, com os EUA. Até porque se for pra engrossar o caldo sem um conflito armado, nós precisamos de fato do efeito dissuasivo da 'amizade' dos EUA.

Tenho a impressão de que na prática a venezuela está orientando a sua ação econômica e diplomática no sentido de minar a nossa posição no continente sul-americano. Em palavras, Chaves é carinhoso com o governo brasileiro, mas exatamente porque Lula divide a cama consigo. Quem não tem palavras de carinho para com suas amantes? Tenho certeza de que se o governo brasileiro tentasse preservar seus interesses, a essa altura o Chaves já estaria espumando contra nós, da mesma maneira que espumou recentemente contra o candidato peruano. E só uma palavrinha de amigo: agora que já está claro que a Venezuela e o Brasil estão em corners opostos na arena geopolítica, é bom lembrar que os EUA estão engajados demais em conflitos demais em lugares demais. Se o Brasil eleger um candidato que faça frente aos avanços do do Chaves, é bom pensar em equipar as forças armadas o suficiente para evitar eventuais tentações aventureiras. A ocasião faz o ladrão...

Thursday, May 04, 2006

Provincia Bolivia I

Eu teria muito o que dizer sobre essa situação toda da Bolívia versus Brasil, a maior parte palavrões. Mas por ora vou me contentar em atacar a imprensa. Sim, porque no dia que me apontarem um jornalista inteligente eu direi 'milagre' e me converterei a uma religião qualquer.

Não vale apontar o Millor. Eu estou falando de jornalistas que trabalham de verdade pra ganhar a vida, desses que publicam os press-releases dos acessores de imprensa do governo ou empresas e fingem que escreveram aquele troço.

Enfim. Só mesmo uma imprensa acéfala poderia colocar como notícia "Petrobrás reage e cancela investimentos na Bolívia". Até onde eu saiba a Petrobrás é que foi "cancelada".

É o mesmo que dizer "defunto reage e não dá mais dinheiro algum para assaltante".
Idiotas. São todos idiotas.

Thursday, April 27, 2006

Oratio in Mariam Prima!

Até quando abusarás da nossa paciência, ó Mario? Não vês que o senado já conhece teus planos para desestabilizar a universidade? Não percebes que eu já o sei, que todos já o sabem, que tu te prostituiste com a plebs e que tua xerox não é mais do que um circo, um triste espetáculo de superlotação? Acaso achas que não percebémos sua malévola intenção quando dizes que os professores não deixaram textos contigo? Mentira! Queres a destruição de todos!!

O tempora. O mares! Esta universidade já o sabe, o blogueiro já o sabe, e todavia este infamante Mário vive. Vive e bem mais, tu, e teus aliados do ensino particular tramam para interromper o funcionamento diario desta Ludus Magna. Tu e teus amigos, que após dilapidarem o próprio patrimônio na jogatina e prostituição agora querem arrastar todos para o abismo consigo. Que fazes aqui senão zombar de nós, quando sabes que seu frustrado plano para cercar o departamento e atear fogo a todos os professores já é conhecido? Vai Mário. Vai para a Estácio de Sá e deixe-nos em paz. Aproveita a clemência deste consul e sai com tua cabeça sobre os ombros enquanto podes!

PS: este blogueiro só tira cópias na xerox do Sila.

Tuesday, April 25, 2006

in vino veritas

Eu deveria dizer que hoje é o terceiro dia do festival do vinho na antiga roma. Ou que pelo menos ontem foi o segundo dia. Não sei de mais nada, obras no andar de cima, o barulho não me deixa dormir, não me deixa pensar, não me deixa trabalhar, eu nem sei mais quem eu sou.

Wednesday, April 19, 2006

argumentum ad nauseam

"Eu nunca imaginei que vento pudesse gerar energia, pra mim vento só servia pra empinar pipa!"
"Eu não sabia que a áfrica tinha cidades tão limpinhas!"
eu não sabia isso!
eu não sabia aquilo!

E precisa esfregar a sua ignorância na nossa cara? O que ele quer? Diploma de Burro?!

Millorus Fernandus bem disse que "quem inventou o alfabeto já foi analfabeto", implicando que todo mundo pode aprender. Mas orgulhar-se de não saber é foda!

E pior é ter que escolher entre o "burro" e os "espertos demais".

Tuesday, April 18, 2006

Hastatinha Revolutions

Desenvolvimento do Coeficiente de Gini nos EUA, de acordo com o US Census Bureau.

1970: 0.394 - 1980: 0.403 - 1990: 0.428 - 200: ?


Benvenidos a el tercero mundo, compañeros estadiunidenses!!

Hastatinha Reloaded

Coeficiente de Gini para alguns países conhecidos:

Hungria: 0,244 - Dinamarca: 0,247 - Japão: 0,249 - Suécia: 0,250
Alemanha: 0,283 - Índia: 0,325 - Uk: 0,362 - EUA: 0,428
Guatemala: 0,483 - México: 0,546 - Chile: 0,571 - Brasil: 0,600 - Namíbia: 0,707

Thursday, April 13, 2006

Hastatinha

O amigo Celsius Oxfordius me mandou um paper onde é feita uma estimativa do Coeficiente de Gini do Império Bizantino, à época de Basill II. O número?

Entre 0,400 e 0,450 dependendo do método de cálculo.

Wednesday, April 12, 2006

falando sério...

Hoje eu mandei um email para a divina Claudia Laterana em que eu falava de um livro que comprara, e tocava a descer o pau no autor nos parágrafos seguintes. Um detalhe: se eu achasse o livro ruim eu não o compraria. Mas o meu lado rabugento tem aflorado um bocado ultimamente.

Assim sendo, vou introduzir uma discussão nesse blog que ninguém comenta:

Eu acho que o jargão acadêmico é necessário para se obter a devida precisão semântica nos trabalhos e artigos, mas se torna um estorvo quando demasiadamente utilizado.

Analisemos dois exemplos distintos. O primeiro é o livro Chimpanzee Politics, do etologista Franz de Waal.

Não é possível falar de primatologia de modo preciso sem usar o jargão da área. 'Macho alfa', 'dominância formal', 'cio' integram um conjunto de termos que o pessoal desta área precisa usar, sob pena de do contrário expressar-se mal.

Por isso mesmo, o livro dispõe de uma introdução onde estes conceitos são definidos e apresentados para o público geral e eventuais estudantes de etologia. O livro, embora escrito com precisão, também não peca por preciosismos excessivos: De Waal poderia perfeitamente escrever Pan Troglodytes e Pan Paniscus, mas pouquíssima gente saberia que ele estaria se referindo a Chimpanzés e Bonobos, reespectivamente.

Não é a toa que esse livro ganhou amplo espaço na imprensa na década de 80, gerando inclusive um documentário para cinema. Seu texto, além de interessante, é amplamente acessivel. Eu não sou biólogo e fico muito feliz de poder ler e entender perfeitamente um trabalho fascinante e pivotal na área da primatologia. Uma curiosidade. Apesar do livro do De Wall não tocar no assunto, vários cientistas hoje já querem a alteração da classificação taxonômica do chimpanzé e do bonobo, para HOMO Troglodytes e HOMO Paniscus!

Exemplo contrário é o livro 'O guerreiro, o soldado e o legionário. Os exércitos do mundo clássico' de Giovanni Brizzi. Apesar de o livro ser bom, o vocabulário o torna inacessível aos não iniciados. Se eu afirmar por exemplo, que o ethos do hoplita lacedemônio difere daquele do miles romanus porque um abraça o stratégema e o outro prefere a bellum iustum, muito pouca gente vai endender que diabos eu disse. E o Brizzi escreve exatamente neste estilo. Onde ele poderia escrever 'Grécia' ele escreve 'Hélade'. Onde ele poderia escrever 'espartano' ele grafa 'lacedemônio', o que é uma pena, porque o livro fica restrito a pequenos círculos, e exclui da possibilidade de compreensão até mesmo pessoas da área de humanas como sociólogos ou historiadores que não sejam versados em cultura clássica.

Eu acho que falar lacedemônio ao invés de espartano é, sinceramente, coisa de VIADO. Daqueles grafados com 'i' porque como diria o Jabor, "quem escreve veado é viado". Mas se a precisão semántica do texto exige que se fale de fides, de vicus, de miles e gens, por que não fazer uma introdução para familiarizar o leitor com esses conceitos?


Note-se que o livro do Brizzi não é um artigo publicado em uma revista de história, é um livro à venda em qualquer shopping center. Mas quem vai entender esse tipo de texto?

Eu acho que assim se perde a "batalha por corações e mentes" para qualquer Paulo Coelho da vida. Os espertalhões, por definição, escrevem para ser lidos. Se a academia escreve para não ser lida, como esperar que o público absorva alguma coisa de real valor?

Saturday, April 01, 2006

ΑΛΕΞΑΝΔΡΟΣ

(ηευ, Κλαθδια, σε ωοψε εντενδερ ισσο ποδε με πεδιρ θμα βαρρα δε ψηοκολατε!)

Hoje eu vi em uma lombada o escrito "ALEXANDRE - PLUTARCO". Achei estranho, não conhecia este livro. Mas como tinha que fazer hora peguei-o e comecei a ler, sabendo que provavelmente me irritaria com a tradução.

Eu disse que o primeiro parágrafo foi suprimido? Deve ser porque Plutarco afirma que vai comparar as biografias de Alexandre e César, e os editores se esforçaram para fazer parecer que trata-se de um livro stand-alone. Não há sequer uma única nota do editor para dizer que o livro em questão é parte da obra Vidas Comparadas (Paralell Lives). Também não há uma porra de uma nota introdutória ou merda de prefácio se dignando a dizer quem diabos foi o puto do Plutarco (sim, estou ficando irritado)!

Por fim, a Ediouro não podia deixar de fazer um link com o filme. Botaram na capa: Alexandre de Plutarco, o livro que serviu de roteiro para o filme.

Como é que é? Plutarco afirma que Alexandre era MODERADO nos prazeres da carne, e aquele filme idiota do Oliver Stone consiste basicamente em três horas de Alexandre dando a bunda pra Hefastion, mais meia hora de Roxana com ciúmes por Alexandre dar a bunda pra Hefastion.

Eu odeio a ediouro.

Monday, March 27, 2006

A Banda

Hoje a tradução de The Encyclopedia of Warfare, (Gilbert, A.) chamou-me atenção. Em um dado momento fala-se da participação decisiva da "BANDA sagrada Tebana" na batalha de Leuctra.

Deixa eu ver se eu entendi a concepção do tradutor: Diante das hostes de hoplitas espartanos Epaminondas chama uma bandinha e com suas poderosas tubas ressonando músicas (de Chico Buarque da Bélgica) eles assopram os espartanos para longe do peloponeso? Até compus uma ode para tão prodigioso evento!

Estava à toa na orgia
Epaminondas chamou
Pra ver Esparta dançar
Trocando juras de amor

O fenício que contava dinheiro parou
O faroleiro de alexandria parou
O persa que contava as estrelas parou
para ver ouvir e dar passagem

O Iolaus se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no braço e lutou
Até Medusa debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela

Mas para meu desencanto
A Banda Tebana acabou
Alexandre tomou seu lugar
Depois que a banda passou.


PS: Como este blog também é cultura, explico que o Bando Sagrado de Tebes era uma elite profissional de soldados, treinados desde a infância para lutar. Uma característica peculiar desta unidade era o fato de todo o grupo ser formado por casais de amantes. Obviamente do mesmo sexo, pois estamos falando de gregos!

Tuesday, March 14, 2006

'Iolaus, meu filho, bota logo a porra da armadura que ares detesta sobretudo os que hesitam.'

Eu sempre quis ter meu próprio negócio, mas não sabia como conseguir o capital necessário para iniciá-lo. Esta semana o Exército Brasileiro me ensinou o caminho das pedras: Primeiro a gente invade um quartel, rouba uns fuzis e ainda dá umas porradas nos recrutas só de farra.

O exército vai vir aqui pra baixo da minha casa fazer barulho e reclamar, mas depois de três dias vai embora. Daí eu só preciso vender os fuzis e começar o meu negócio!

De preferência, segurança privada, acho que tem muita demanda.

Sunday, February 12, 2006

CALCVLVS ROSETA.calculus roseta.πέτρα ροςετα




ANTE DIEM II IDVS FEBRVARIS registre-se que este belíssimo M O U S E P A D em basalto negro (mentira, é neoprene) com a mesma mensagem grafada em hieróglifos, demótico e grego foi presente do amicus Aulus Celsius Champollionus, que o trouxe da longínqua Londonium três dias após as calendas de fevereiro, entregando-o a mim próximo aos idos do referido mês. Can't thank you enough, my friend!Ave!

Friday, February 03, 2006

Ich lehre euch den letzte Mensch

Quem diria que caberia aos filhos dos orgulhosos vikings encarnar o papel descrito por Nietzsche do Último Homem?

Para Nietzsche, o homem é uma corda bamba perigosa entre a fera e o übermensch. E o proverbial último homem é uma criatura medíocre, que preza o conforto acima de tudo e não tem nenhum desejo de se aprimorar ou realizar coisas. Para mim, o último homem é exatamente a criatura sem sangue nas veias que ao receber um tapa na cara oferece a outra face - se for esse o preço para continuar sentando no sofá assistindo a sua tv.

O que me faz pensar em parafrasear Rubem Braga: o cristianismo parece ser máquina de amansar bárbaro, distrair bárbaro, fazer bárbaro dormir.

Senão, como explicar que o grande chefe das tribos da Jutlândia venha a público com o rabo entre as pernas pedir desculpas enquanto arrastam, queimam e desonram sua bandeira nacional?!

É como o Lula pedir desculpas aos hindus pelo churrasco que os brasileiros comem.

E por falar em brasileiros, até mesmo nós somos menos complacentes. Quando, em decorrência do nosso apoio à Venâncio Flores, uruguaios xenófobos arrastaram o Pavilhão Imperial pelas ruas de Montevidéo, ateando-lhe fogo em seguida, o Almirante Tamandaré pediu permissão para retaliar bombardeando-lhes aquela cidade, em desagravo à honra nacional!

Com louvável moderação, Dom Pedro II não o permitiu. Mas também não foi à público pedir desculpas pela posição brasileira em relação ao Prata.

Tuesday, January 24, 2006

Quae ex necessitate fiunt, non dicitur fieri in fraudem.

Eu estava pensando sobre o quão interessante é a internet hoje. Imaginem que vocês queiram ouvir, na íntegra, Der Ring des Nibelungen. É um ciclo de quatro óperas do Wagner (Der Reihngold, Die Walküre, Sigfried , Götterdämmerung). Não é o típo de coisa que toca no rádio, passa na tv ou sequer se encontra em qualquer loja. E é o tipo de coisa bem cara, deve dar uns 20 CDs.

O que mostra que erudição e cultura custa sim uma grana. Ou custava. Eu conheço alguém que baixou o ciclo completo na internet. Quanto a isso devo dizer que a internet é sim uma coisa maravilhosa; pouco me interessa a questão dos direitos autorais. Cultura, assim como educação, é algo que considero direito básico e fundamental. Se não há facilidade de acesso à peças, livros, discos, não sou eu quem vai recriminar o sujeito.

Thursday, January 19, 2006

Quae Caret Ora Cruore Nostro?

Eu não tenho uma posição muito firme sobre o que acontece no Haiti exatamente por não ter notícias. Eu não tenho uma noção real do que acontece lá dentro.

Mas devo dizer que, a princípio, vejo com muito bons olhos a intervenção brasileira naquele país. Nenhum país consegue alcançar uma boa liderança ou um importante papel geopolítico sem uma certa participação dos seus exércitos. Perguntem aos Romanos. Se o Brasil que ser um cachorro grande no jogo geopolítico tem que ter uma participação maior no que acontece no continente, incluisve do ponto de vista militar. Do contrário, vamos querer assento no conselho de segurança da ONU pra que? Pra votar no que os outros mandarem?

Sob esse ponto, devo dizer que os duzentos e poucos milhões gastos no Haiti são uma pechincha. Quanto se gasta para manter um império? Um bocado. Eu só ficaria insatisfeito se nós estivessemos jogando dinheiro fora. Mas se for parte de um projeto político para entrar no clube dos grandes, sou a favor.

Note-se que eu não sou favorável a sair invandindo os outros à la Bush, mas líder é quem toma a iniciativa, não quem se isola. Se a gente quer ser uma liderança dentro das Américas temos que ser capazes de mediar ou intervir em conflitos na nossa pretensa esfera de influência. De preferência de modo positivo e não como ladrões.

PS: Cadê o submarino nuclear da marinha hein? Vai ser difícil ser levado a sério só com tacapes.

Friday, January 06, 2006

Vade Retro, Herodes

Parece que Herodes está pra morrer. Não o que teria matado crianças em Belém, mas o que teria matado as crianças de Sabra e Chatila. Particularmente, acho que ele já vai tarde. Estranho é que a media afirme estar preocupada com o processo de paz, sempre desconfiei que sua morte fosse pré-condição e não obstáculo.

Mas deixa pra lá, essa media é doida mesmo (eu já expliquei que "mídia" é como os americanos pronunciam erroneamente a palavra "media"?). Não dá pra exigir cultura de quem passa a faculdade inteira jogando sueca. O fato é que a maioria dos reporteres nunca deve ter ouvido falar da invasão do Líbano, eles compram opiniões prontas e as publicam; pegam press releases e dão crtl+c, crtl+v. Simples assim.

Paradoxalmente, parece que o Herodes histórico nem era tão mal assim. Pra início de conversa, Belém era um vilarejo muito mais ínfimo que Niterói. Estima-se que tivesse uns 700 habitantes, logo não devia ter mais do que uns dez ou quinze bebês. E a suposta ordem para o assassinato das crianças não aparece em nenhuma fonte histórica que não o evangelho de Mateus. Não encontra eco nos demais evangelhos oficiais, nem nos apócrifos, nem nos escritos de Flávio Josefo...