Será que as enquetes se empilham igual aos posts?

Você acha que eu devia voltar a escrever?

Thursday, August 31, 2006

O Mundo como Vontade e Representação

Schopenhauer nos ensina que não vale a pena conversar com todo mundo. Exemplo: Se Fernando Henrique Cardoso sentasse ao meu lado em um avião e puxasse conversa falando do escravo-coisa, eu "concordaria" com um lacônico hum-hum e voltaria a ler minha revista pornô.

Da mesma forma, quando me disseram hoje que quem se especializa em história sem ser graduado em história -- Moses Finley, por exemplo -- fica pra sempre capenga, claro que eu emiti o meu hum-hum cardosiano sem dar papo para o neobobo. Os socráticos nos ensinam que a retórica é pra ganhar a audiência, não para convencer o adversário. Se não há audiencia vou gastar meu latim pra que?

Depois comecei a refletir a respeito. Porque será que dão tanto valor aos formalismos? Afinal, "se os homens soubessem como são feitas as salsichas e as leis não comeriam as primeiras e nem obedeceriam as últimas", e currículo é lei. É feito mais ou menos como se faz uma salsicha que não garante a excelência de quem a come. Às vezes vem até com tênias, especialmente quando quem deveria ensinar encara a profissão como uma forma de passar o tempo enquanto não se pode ir pra região dos lagos. E as tênias, todos sabemos, atacam as mentes.

Appia Claudia está coberta de razão quando defende a transformação dos currículos estanques tradicionais em uma espécie de 'do it yourself' interdisciplinar orientado. Além de todas as vantagens produtivas e méritos pedagógicos que ela enumera, acabo de me dar conta de mais uma: nesse sistema a gente pode se dar ao luxo de só aprender com quem quer ensinar. O que é mais ou menos o que eu já estou fazendo, precursor que sou como todo Fabius Pictor!

Sunday, August 27, 2006

Bárbaros, são todos bárbaros!

Não sei se vocês têm coisas mais interessantes para fazer, mas domingo de noite eu costumo assistir o Aprendiz do Roberto Justus, ao mesmo tempo em que mexo no computador (que fica perto da TV). Vocês já viram o nível dos candidatos? Sinceramente, só tem merda! São todos tão fracos que impressionam. Tudo bem que eu não sei a diferença entre convenção e evento, e também não sei fazer um business plan, mas não sou eu quem está se candidatando a pagar mico na TV como candidato a executivo que não sabe porra nenhuma.

E para um programa que visa recrutar alguém pra trabalhar nos EUA, o que dizer do fato que ninguém ali sabe falar inglês?! As expectativas do Roberto são tão baixas que ele disse que o inglês catastrófico de uma das candidatas era "razoável". Razoável é o cheiro do meu peido, aquela mulher simplesmente não fala inglês.

Agora eu entendo porque a imprensa noticiou que há uma cláusula no contrato que permite ao Roberto exercer a opção de não contratar ninguém ao final do programa. Quando eu li eu achei um absurdo, mas hoje percebo que é necessária.

Tuesday, August 22, 2006

Questio et Replica

Depois do texto sobre os Suevos, recebi um email de uma fã. Ela pergunta "Querido Pictor, você podia me dizer a origem da expressão 'jogar sueca'? Quero também saber se os suevos de quem você falou no post anterior tem algo a ver com os suecos. Obrigada e beijinhos!"

Não. Os suevos não são escandinavos, eram germanos que viviam em portugal e contaminados pelos miasmas da terra viraram portugueses.

A expressão "jogar sueca" foi cunhada na grécia antiga durante os jogos olímpicos. Ocorre que as escandinavas sempre foram muito desbocadas, e vez por outra alguma ofendia Posseidon. Possesso, este fazia uma assustada sueca ir parar na Hélade!

Ocorre que tão logo os gregos viam uma mulher nas olimpíadas - e as suecas são muito vistosas - eles a jogavam do primeiro precipício que encontrassem. Jogar a sueca. Entendeu?

No período bizantino a igreja proibiu essas práticas agressivas mas esta tradição encontra eco nas cartas, onde até hoje os jogadores tentam se livrar das damas porque grego gosta mesmo é de valete!

Ideologia Antiga e Escravidão Moderna

Segundo a tradição oral, Arno Wergeld, um analista visigodo, teria uma vez dito que "os suevos morreram de inanição", ao referir-se à forma como este povo minguou. Detalhes sobre o desaparecimento gradual dos suevos nós não temos, mas sabemos que aos poucos esses germânicos da lusitânia "deixaram a vida para entrar na História"

Ocorre que este analista dos tempos antigos encontrou um documento original na Biblioteca Episcopal de Trás-dos-Montes que lança luz sobre tais acontecimentos. Parece que um nobre decaído cruzou os Pirineus e os territórios mouros até ser acolhido pelos Suevos. Chamava-se Mao Zedungix e dizia-se brigado com Carlos Marx, que a historiografia acredita ser o próprio imperador Carolíngio, atribuindo a pequena discrepância entre os nomes a um erro do copista.

Mao Zedungix denunciou Marx por suas relações com o Bispo de Roma. Foi Mao quem cunhou a maldosa frase "O Rato Roeu a Roupa do Rei de Roma". A análise semiótica dos seus elementos nos permite ver que Mao associa os estados papais com uma imagem de decadência (ratos, roupas roidas) e ainda chama o bispo de Rei, figura altamente odiada pelos romanos.

Mao convenceu a todos que o importante é ter um discurso político, promovendo uma verdadeira Revolução Cultural entre os Suevos de Trás-dos-Montes. Subitamente, os agricultores denunciaram as colheitas como uma atitude pequeno-burguesa e passaram a marchar dia e noite cantando palavras de ordem, como "A une ao lado dos trabalhadores" e "fora lula". Artesãos, ferreiros, copistas, padres, druidas, prostitutas, seminaristas, analistas, cronistas, bardos e guerreiros pararam todos de exercer suas funções e passaram a andar pelas ruas 24 horas por dia cantando músicas politizadas e gritando que iam mudar o mundo.

Os filhos ao invés de obedecer aos pais passaram a denunciá-los, sempre bradando palavras de ordem. O comitatus do Rei acusou os Mouros de Tânger como "tigres de papel" e o confronto entre os guerreiros que diziam que o tigre era de papel pardo e os que diziam que era de papel marchê saiu de controle e tomou proporções gigantescas. Toda a guarda do rei pereceu neste episódio sangrento. As fontes nos contam que o rei não pode tomar atitude alguma, pois estava ocupado redigindo "Preconceitos de Classe na Antiguidade: um estudo do assédio moral de Zeus sobre Hephaestus". Esta obra não chegou aos dias atuais.

Eventualmente alguém se tocou que não havia o que comer ou vestir já que ninguém mais atentava para as atividades mundanas. Pior, os escravos fugiram todos. De qualquer modo, era tarde.

"os suevos morreram de inanição". A historiografia sempre prensou nesta frase como metáfora, mas minhas pesquisas mostram que ela é bastante literal. Por isso que hoje os portugueses não são germânicos. E portugueses que são, podem até achar que isto é um elogio!

Friday, August 18, 2006

EID-MAR

Este é um denário de prata comemorativo do assassinato de Caesar. Esta leva de moedas foi mandada cunhar pelo Brutus (sim, os senadores cunhavam moedas). A inscrição EID-MAR faz alusão aos idos de Março, data em que o referido patife assassinou aquele que na batalha de Pharsalus dera ordens específicas a seus soldados para que poupassem-no.

E o que este denário faz neste blog? Ofereço trinta destes aos judas do curso de história que entregaram em branco as provas do ENAD, esses brutos beócios desprovidos de intelecto, que em prol de um fuzuê político esquerdista demodée entregam a cabeça dos demais colegas, de bandeija.

Sim, porque não são estes cretinos que terão que aturar as consequências de seus atos. Como bem o disse um tribuno britânico, "é fácil fazer a merda e deixar os outros sentindo o cheiro". São os alunos que ficam que têm de enfrentar as conseqüências de estar em um curso agora desprestigiado e com menos poder de barganha. São os coordenadores que ficam que vêm seu árduo trabalho solapado. São os candidatos à pós que têm reduzidas suas chances de obter bolsas.

O lucro fica todo com os "tubarões" do ensino particular, que agora podem encher a boca e dizer que têm avaliação melhor que as públicas. Podem até pleitear verbas do cnpq para suas pesquisas, com melhores chances de conseguí-las do que as universidades públicas mal-avaliadas.

Não imagino que esse pessoal tenha algum tipo de ambição acadêmica, portanto caros brutii, quando vocês estiverem recebendo um salário de merda dando aulas no estado lembrem-se que graças a vocês os filhos de gente em melhores condições financeiras recebem verbas públicas na PUC. Sigam tirando dos pobres para dar aos ricos.

Só não vale depois dizer que só o Lula é traíra.

Wednesday, August 16, 2006

Quintus Fabius Trajanicus




You scored as Trajan.

You are quite fortunate to rank as the emperor Trajan, possibly the greatest of Roman emperors. You have relentlessly expanded the empire and even humbled the mighty Parthian empire. Loved by all, vastly larger than life, you are the model for all future emperors. It is hard to find a bad thing to say about you. HAIL CAESAR!

Quer tentar?
http://quizfarm.com/test.php?q_id=37384

Quintus Fabius Juvenalicus

Que farei eu em uma boite? Eu não sei mentir. Se uma mulher é burra eu não digo "que interessante" e nem peço o telefone. Eu ignoro os símbolos astrológicos. Eu não posso e não quero adular seus pais. Eu nunca examinei as entranhas de uma rã (sic). Nem vou acobertar as estrepolias do amigo adúltero. Não vou ajudar a casa a roubar os clientes, por isso nenhuma hostess me dá boas vindas.

Wednesday, August 09, 2006

Catástrofe Germânica

Hoje como parte dos meus estudos medievalísticos (que Applia Claudia classifica como medievalescos) eu descobri que um livro recente cataloga 210 causas publicadas na historiografia para a queda do império romano. Mas dessas 210 existem duas correntes eruditas principais: a Inglesa e a Alemã.

A corrente inglesa (romanistas) sustenta que as invasões bárbaras derrubaram o Baixo Império. A corrente alemã (germanistas) sustenta que a queda de roma é um mito e que na verdade os germânicos fizeram um favor aos romanos ao migrar pra lá e dinamizar a decadente cultura clássica com seus piolhos arianos. Parece que tem gente que leva a escola alemã a sério mesmo. Devem ser os mesmos que negam o holocausto, rá, rá!