Será que as enquetes se empilham igual aos posts?

Você acha que eu devia voltar a escrever?

Wednesday, June 27, 2007

WTF?


E ainda tem gaulês que acha que os romanos é que são malucos. (E olha que o napratica morou nesse lugar, não admira que hoje ele seja o Carimbador Maluco do Plunft Plact Zum, seu processo não vai a lugar nenhum)

Tuesday, June 26, 2007

Contra o software pirata público (?)!

Hoje um chefe de departamento me disse que estava comprando briga com vários professores por insistir na proibição do uso de software pirata na universidade. Acho que ele está certo. Não vou cair num extremo moralista de dizer que o software pirata é a raiz de todos os males, muito pelo contrário, acho que se os docentes quiserem colocar softwares piratas nos próprios laptops, tudo bem, isso é uma questão individual. Privada. Mas a universidade, enquanto instituição, não pode dar um mau exemplo. Os softwares nas estações de trabalho, máquinas do departamento, laboratórios, bibliotecas etc. deve ser legalizado ou livre. Do contrário devemos admitir que o Serra tá certo e que o mensalão é válido, não dá pra exigir moralidade e não ter nenhuma.

E se algum comunistóide da quarta internacional vier dizer que propriedade privada é o caralho eu vou dizer que não existe nada revolucionário em usar software do Bill Gates. Muito pelo contrário, isso é coisa de pequeno burguês amante da lei de Gerson, que achou mais um jeito de levar vantagem fácil enquanto arrota palavras de ordem.

Ser revolucionário, neste caso, é desenvolver o próprio software. Porque quem rouba dos outros é DEPENDENTE. Não direciona o desenvolvimento; Usa o que se faz, vai com a manada. Somente quem produz é verdadeiramente independente.

Wednesday, June 20, 2007

Para discutir no café I

“Como os antigos romanos, estamos conscientes de haver herdado a “história” dos gregos (...) Entretanto, sabemos que, adequadamente falando, não deveriamos usar a palavra “herança” no caso da história, nem, na verdade, de qualquer outro aspecto da cultura grega. Uma vez que os humanistas dos séculos XIV e XV chamaram a si a restauração da validade dos antigos modelos, depois dos desvios medievais, não se tratou tanto de uma questão de legado como de escolha consciente”.

Arnaldo Momigliano.

Achei do Caraleo. Não?

Monday, June 11, 2007

César Maia e a demagogia infantil

hoje o ex-blog do César Maia brindou seus leitores com esta pérola que teria saído da cabeça de algum inglês que tomou Guiness demais

"Todos os exames devem ser abolidos para crianças menores de 16 anos, por causa do estresse provocado e que faz com que os alunos se insurjam contra a própria educação, segundo um conceituado corpo de professores."
Tenho sugestões melhores para o prefeito maluquinho:

"todo o desemprego devia ser abolido para pais de crianças menores de 16 anos, por causa do estresse provocado..."

"todo tiroteio devia ser abolido para a vizinhança de crianças menores de 16 anos, por causa do estresse provocado..."

"morar na rua devia ser abolido para crianças menores de 16 anos..."

"a profissão de assaltante devia ser abolida para crianças menores de 16 anos..."

e mais algumas.
Quando isso tudo tiver sido observado aí sim o prefeito pode iniciar essa discussão-bicha de provinhas que provocam estressezinho. Do contrário é demagogia.

Livro Legal: Ocidentalismo (Margalit / Buruma)



O livro discutido é Occidentalism: a short story of anti-westernism, de Arvishai Margalit e Ian Buruma. O interessante é que ele - assim como o orientalismo do Said - caracteriza como "ocidentalismo" a construção de um ocidente caricato e a oposição feroz aos seus pretensos (desta caricatura) valores. Um bom exemplo é dado logo no início, mostrando como os japoneses ao final do século XIX e início do XX se opunham ferozmente a um ocidente "inferior", "sem alma" e de "mentalidade primitiva", ao mesmo tempo em que se modernizavam ferozmente. Os japoneses reconheciam a capacidade técnica dos ocidentais, mas ao mesmo tempo lhes negavam valores morais, espritualidade e humanidade. Isso seria um exemplo de ocidentalismo, e é irônico que o mesmo japão sofra o mesmo tipo de pensamento reducionista por parte dos fundamentalistas islamicos, para quem o japão agora é ocidental, capitalista, idólatra e sem alma, por exemplo. Aliás, para Tolstói, a vitória do japão na guerra de 1905 se deve justamente ao fato do japão ter "abandonado sua alma asiática" em prol do "materialismo ocidental".

O mesmo tipo de crítica também foi feito por pensadores alemães à sociedade americana no XIX. Os autores mostram como esse tipo de discussão tem raízes em uma temática religiosa (não-islâmica: o islã importou e incorporou essas merdas, digo modas, do judaísmo) recorrente na história, e voltam seu olhar para alguns aspectos do que definem como ocidentalismo em capítulos entitulados "a cidade ocidental", "heróis e mercadores", "a mente ocidental" e "a ira de Deus". Curioso ver a na análise dos autores como o Maoísmo está impregnado de um discurso anti-cidade muito análogo ao discurso religioso que vê a cidade com desconfiança, como centro de pecados e de falsos deuses e milagres vazios, odiando-a. Não é preciso mencionar as consequências deste tipo de visão quando se pensa no Kmer Vermelho...

A conclusão final dos autores é que o "ocidente" não deveria se fechar como resposta à intolerância fundamentalista, até porque caso isso aconteça - segundo os próprios autores - nada mais haverá que valha a pena defender.

[O viadinho do Bush vai na direção contrária, admite-se no ensaio, mas isso é provavelmente porque os americanos são sem-alma, adoradores do dinheiro, ignorantes, incultos, arrogantes, pecaminosos, promíscuos e Alah e Maomé vão comer o cu deles, parece...]

Thursday, June 07, 2007

Inácio I

Continuo mergulhado nas teorias polibianas. A seguir um trecho de uma análise de uma conhecida autora (não citada aqui) sobre a obra de Políbio:

"quando (a) pessoas desqualificadas chegam aos ofícios (VI. 9.6), e quando (b), eles tornam o povo dependente da corrupção financeira e de doações (VI. 9.7), e quando (c) o povo toma como líder alguém que não tenha condições de manter as “doações e subornos” (VI. 9.8), (...)" [segue-se a substituição da democracia (degenerada) pela monarquia].

Pensando a situação política autal do país, será que há semelhanças?

Wednesday, June 06, 2007

Vida de Professor.

Hoje um aluno veio me perguntar se eu não podia indicar um livro melhor, porque "as coisas ficam bem explicadinhas" nas minhas aulas, mas não no texto-base. Para seu imenso espanto, respondi que é para isso que existem aulas.

Pois é. Acho que destruí os alicerces filosóficos de mais um desses seres que acreditavam que "a escola é a célula de reprodução do estado burguês" e que as aulas só existem para "disseminar a autoridade da classe dominante". Coitado.