Primeiro eu quero tentar explicar uma coisa. A Petrobrás é uma empresa pública. E não foi para a Bolívia como uma empresa qualquer sujeita às regras do mercado, foi como resultado de um tratado celebrado entre duas nações, in fidem ueneret. Assim sendo, ao apossar-se de patrimônio brasileiro, ali instalado por força de tratado, a bolívia excede seu direito. Se o Brasil tivesse decidido parar de comprar o gás deles de modo unilateral, conforme acordado no contrato, tenho certeza de que eles estariam dizendo que infringimos o direito internacional e protestando loucamente. Mas agora eu descobri que lula não é macaco. É banana.
Segundo ponto. Como já bem o disse Celsius Oxfordicus, aquele bando de soldados armados ocupando a Petrobrás foi uma baita ofensa diplomática. Mas lula não é vertebrado: não tem espinha dorsal; não vimos sequer uma nota de protesto.
Terceiro ponto: expropriação de cu é rola. A Bolívia não expropriou a Petrobrás, entregou seus ativos para a Venezuela. Ou vocês acham que a Bolívia sabe mexer naquela merda? Não, eles dependem dos engenheiros da PDVSA, e ao mesmo tempo em que a Bolívia confisca os ativos do estado brasileiro em seu solo ela firma convênio com a Venezuela para que esta última assuma com sua estatal o papel que o Brasil desempenhava. Isso é ainda mais irritante.
Pensando geopoliticamente, a entrada do Chaves em cena me fez ver que isso não é uma manobra Boliviana, é uma manobra Venezuelana. O Chaves está simplesmente dando um chega pra lá no Brasil e ampliando a sua própria esfera de influência. Às custas da nossa. Diante desse cenário, em que a Venezuela nos é abertamente hostil em ações, o governo Brasileiro deveria buscar aproximação com a Colômbia, sua inimiga natural. Com o Chile, onde uma base naval ou mesmo um tratado de cooperação militar faria maravilhas pela nossa relação diplomática com a Bolívia, e last but not least, com os EUA. Até porque se for pra engrossar o caldo sem um conflito armado, nós precisamos de fato do efeito dissuasivo da 'amizade' dos EUA.
Tenho a impressão de que na prática a venezuela está orientando a sua ação econômica e diplomática no sentido de minar a nossa posição no continente sul-americano. Em palavras, Chaves é carinhoso com o governo brasileiro, mas exatamente porque Lula divide a cama consigo. Quem não tem palavras de carinho para com suas amantes? Tenho certeza de que se o governo brasileiro tentasse preservar seus interesses, a essa altura o Chaves já estaria espumando contra nós, da mesma maneira que espumou recentemente contra o candidato peruano. E só uma palavrinha de amigo: agora que já está claro que a Venezuela e o Brasil estão em corners opostos na arena geopolítica, é bom lembrar que os EUA estão engajados demais em conflitos demais em lugares demais. Se o Brasil eleger um candidato que faça frente aos avanços do do Chaves, é bom pensar em equipar as forças armadas o suficiente para evitar eventuais tentações aventureiras. A ocasião faz o ladrão...
Será que as enquetes se empilham igual aos posts?
Você acha que eu devia voltar a escrever?
Sunday, May 07, 2006
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